quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Poetry Slam

O que é?
É poesia.
É urbana.
É a força da palavra dita 
a invadir Lisboa 
há algum tempo com as noites de Slam
e a juntar o que de melhor há com o Festival do Silêncio.

Para saber mais
deixo o chamamento do Musibox para as próximas noites de Poetry Slam
feito pelas mãos de Alex Cortez, este amigo de boa casa, das noites, da música, da poesia e da spoken word.

E passo a palavra com um dedilhar mais ou menos completo que fiz sobre esta
Poesia que está (de volta) na rua! 

Slam LX é mais uma noite temática que o Musicbox organiza inteiramente dedicada à Palavra e ao Poetry Slam. Nesta noite, para além do torneio de Poesia, o formato inclui a presença de vários convidados (um slammer e um humorista), a apresentação de pequenos vídeos de poesia e a participação do público em versão microfone aberto.
Serão 8 sessões com uma finalíssima a ter lugar em Maio de 2012.
O Slam LX nº1 terá lugar no dia 27 de Outubro, pelas 22h no Musicbox. Para além dos 8 concorrentes do Poetry Slam o evento terá como Mestre de cerimónias Filipe Homem Fonseca e os convidados especiais são o humorista José de Pina e a slammer Raquel Lima, vencedora do Poetry Slam do festival Silêncio.
A sessão será ainda animada pelo DJ Mike Stellar!
Apoios: Festival Silêncio, 101 noites, Bertrand, Contraponto, Quetzal Editores, Revista 365, Easy Jet, Clube da Palavra, Canal Q, Avenida de Poemas, Jameson.

Entrada 5€ com oferta de uma bebida!

www.facebook.com/slam.lx



A palavra está a tomar Lisboa de assalto

Há uma nova arma e moda urbana. De sessões de poesia, a concursos, intervenções, de boca em boca, escrita em paredes. Já reparou que a palavra está em todo o lado?


“Spoken Word”: A palavra, não só, dita
A palavra declamada, em prosa ou poesia, com ou sem música, traz da América trejeitos de rap e hip-hop. Está a ganhar novos contornos e força artística e activista em Portugal.


Spoken Word à letra, é palavra dita: uma mensagem pessoal, política, activista, em prosa ou poesia.
Quem ouve, pela primeira vez o termo, conhece uma forma de arte, no limite de vários géneros artísticos: literário, musical, performance.
Poetas, músicos, anónimos ou de renome, os artistas dividem-se entre a leitura ou declamação de poesia com ou sem música entre vários géneros: jazz, funk, soul.Quem já se cruzou com a realidade de Spoken Word, sabe que esta se define pelo tempo e espaço da declamação. É sobretudo uma forma de intervenção, vale não pela rima mas pelo improviso e intensidade da performance: renasce o valor da palavra dita, mas o impacto é de quem e como a diz.

Da América com intervenção
Nasce no final dos anos 60 contra lutas raciais, opondo às armas a palavra. Assume-se, anos 80 e 90, no seio da cultura urbana afro americana, como uma sub-cultura, movimento alternativo de expressão e intervenção.

Gill Scott-Heron músico e poeta é um ícone destas performances. Outros como a cantora Jill Scott começaram a aderir ao movimento.
Hoje saiem da sub-cultura para os palcos da MTV artistas mais populares como Saul Williams Úrsula Rucker que ainda ecoam problemas raciais mas, menos "underground", dão voz a direitos humanos universais e apelam a uma revolução cultural.

Com a raiz em poesia urbana, na cidade e para cidade o Spoken Word disseminou-se desde cedo pela internet, não massivamente como a rede é vista hoje mas como forma alternativa de passar esta forma de cultura : blogs, redes sociais, canais rádios Web, podcasts.
Esta palavra dita chega directamente ao receptor o que “aumenta a sua força mas por outro lado tem o risco de perder intemporalidade”, comenta Luís Filipe Borges, jurí do Poetry Slam, Lisboa, 2010.

Poetas urbanos: Há quem os chame slammers
Há uma nova vaga de poetas. Conheça-os à noite, em bares, num palco, com ritmo e improviso nas palavras. Fazem slam: poesia forte e directa como uma batida.
Um, dois, três…Slam! Começa assim uma performance de Poetry Slam. São noites de expressão, de novos autores e anónimos, de recitação entre o Spoken Word, a poesia e o improviso, a concurso ou não, com um cronómetro a contar três minutos, frente a um público. A noite é aberta a todas as pessoas que trazem um texto no papel ou na cabeça, e dizem com ou sem rimas, neste novo estilo entre a declamação e a performance.
Slam, batida em inglês, é de facto forte como uma batida e com batida: um ritmo que por vezes lembra o rap ou o hip hop revolucionário, ritmado, que remete à sua vertente interventiva e de sub-cultura. Slam é também urbano, nasceu nas ruas, dos bairros afro-americanos, onde do improviso nascem poemas ou grupos de poetas.

Slammers Sobem ao palco num espaço urbano, normalmente à noite e fazem-se valer. Entre música, copos, fumos, calam-se as luzes para ouvir e ver: poeta e poema, ou mensagem e performance. São os slammers: “Poeta que declama a sua poesia valorizando muito o lado performativo da poesia declamada”, define Alex Cortez, responsável do Musibox, Cais do Sodré, Lisboa, local onde começaram as noites de Poetry Slam em 2009.

O carisma é essencial para os slammers. Não é só dizer poemas, o slam toca os limites de uma perfomance para uns espontânea, para outros pensada ao pormenor: o olhar, a posição das mãos, os gestos sugestivos. O objectivo não é rimar, é tocar, é passar a mensagem.
Leandro Morgado, vencedor de 2010, tem experiência de stand up comedy, exemplo de que há que tocar o público pela performance.

“Há ainda uma forma pessoana de se fazer poetry slam em Portugal como de resto havia uma forma teatral de fazer novelas quando começaram a aparecer as primeiras”, explica Fernando Alvim, júri do Poetry Slam.

A mensagem é tudo o que interessa ao slammers mais ou menos “pessoanos”. “O que me faz subir a um palco é sempre aquilo que vou dizer, não só por acreditar profundamente na minha mensagem mas por acreditar que posso contribuir de alguma forma para a evolução de consciências neste país”, conta Walid El Sayed, slammer.

O anonimato fica curiosamente lado a lado com o carisma. Novos autores brotam da ausência de assinatura da poesia escrita e da liberdade destes palcos improvisados em bares, discotecas e associações culturais da cidade. “O anónimo sobe ao palco e a ausência de música abre portas à força da performance cara a cara. O momento é seco: poeta, microfone e público...param a luzes, pára o barulho, tudo o que se quer é ouvir”, define Walid El Sayed.

O palco é para os slammers onde “se expõem ideias, sem a "muleta" do instrumental, o que distingue aqueles que têm algo a dizer dos que infelizmente não têm”.

Sentimento, reivindicação, liberdade fazem as rimas desta poesia que é dita e que o é cara a cara:“poesia não é para se guardar na gaveta, nem poesia, nem cartas, nem armas, uma poesia é para ser dita na cara, uma cara é para ser lida nos olhos, uma arma é para dar um tiro a alguém”, ilustra Fernando Alvim.

Noites de poesia: Tendência invade Lisboa
Novos autores passam emoções, pensamentos a quem descontrai pela noite, numa relação directa, forte. Alfama, Sé, Graça, Bica e Cais-do-Sodré já foram tocados. Saiba em que locais há convívio em torno da poesia. Chegue cedo, costuma lotar.

declamação de poesia no Botequim, Largo da GraçaAnos 70, 80, Natália Correia, Ary dos Santos, Al-Berto e outros poetas portugueses reúnem-se no Botequim, Largo da Graça, e outros bares para discutir, declamar, criar poesia.

2009, a tradição recomeça. Novos autores trazem e trocam de poemas entre mesas, copos e música. Começam as noites de poetry slam no Musibox, Cais-do-Sodré, Lisboa, inseridas no Festival do Silêncio: uma mostra e elogio à palavra dita e que se repete todos os anos. O evento traz à capital referências do Spoken Word e inaugura as noites de poesia em palco e a concurso.

O vírus é lançado: Tira o poema da gaveta e vem expressar-te em 3 minutos. “Os torneios de Poetry Slam criam espaço para quem escreve e não consegue visibilidade. Obriga os poetas a tirarem a poesia das gavetas, retirarem-lhe o pó e ao subirem a um palco, devolverem-na ao público. Fomenta o interesse pela poesia, literatura, criação poética e novos movimentos urbanos”, descreve Alex Cortez, responsável do Musicbox.

2011 há já uma tradição que extrapola de uma quinta-feira por mês no Musicbox para infectar a agenda semanal de vários espaços nocturnos da cidade.

Culturbica, Associação sociocultural, R. do Almada, nº 36, entre o elevador da Bica e o miradouro de Santa Catarina, aderiu ao Poetry Slam à quarta-feira. O característico palco e microfone só param os torneios durante a programação de verão .

Bicarte, galeria e bar, também na Bica, nº38, Travessa da Portuguesa, há poetry slam à terça-feira. O espaço é pequeno, acolhedor e enche sempre, dentro e fora de portas com o grupo fiel, e não só, que vai seguindo estas noites.

Galeria Monumental, Campo dos Mártires da Pátria, 101, entre exposições tem várias noites de poetry slam, numa sala ampla e com uma acústica especial.

Botequim, Largo da Graça, nº79, mesmo espaço inaugurado em 1971 pela poetisa Natália Correia, retoma o costume de se declamar poesia ora de novos autores ora de noites em homenagem a autores intemporais.

Bela, Vinhos e Petiscos, Alfama, Rua dos Remédios, nº190, todas as terças-feiras são de poesia ao alto, declamada, interpretada como se Álvaro de Campos viesse à “Tabacaria”. Há folhas com poesia seleccionada pelas mesas para quem se esquecer de trazer o seu preferido ou o seu próprio.

Velha Gaiteira, Rua das Pedras Negras, nº 17, paredes meias com a Sé de Lisboa, tem uma agenda livre a dias e temas para a poesia: de guerra, erótica, urbana.

Jardim da Estrela, inaugura em Julho de 2011 o poetry slam num jardim com os mesmos moldes: trazer e chamar a poesia da cidade à cidade, agora num espaço aberto já que Lisboa está com temperaturas e de férias. 


ViajAr

Ser jornalista de viagens deve estar no top 5 das melhores profissões do mundo.
Está no meu. Ocupa o lugar 3 (b).
Viajo quando posso.
Viajo sobretudo quando passo
e o meu passo acerta-se
e enamora-se.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cliché

"Jornalista desempregada".
O cliché de hoje, que se adivinhava ontem. Futuro?

Cliché toda a afirmação anterior.

"Cliché  (do francês cliché), chavão ou lugar-comum na linguagem tipográfica diz respeito a uma matriz geralmente feita em metal cuja técnica é a mesma usada na linotipia ou anterior a essa na xilogravura, de tão aplicada em outros meios a palavra se tornou uma expressão idiomática de tudo que diz respeito a repetição seriado etc,e em alguns casos desgastou-se ou desviou o sentido se tornando algo que gera uma má interpretação em vez de dar outro efeito. exemplos: Vil metal " wiki

Cliché comentar o rumo da minha profissão e dos novos licenciados. 
Cliché fazer curso após curso e todos os dias, nos intervalos - normalmente à noite, de manhã dobra-me as cápsulas de valeriana -  enviar dez currículos.
Cliché responder que sou freelancer, quando entre trabalhos mal pagos o que me prende é ainda o fim do mês.
Clichés mas essenciais verdades em ponto rebuçado já a passar a caramelo, com c de cliché.
Clichés atrás de clichés e "desviou o sentido se tornando em algo que gera uma má interpretação em vez de dar outro efeito"


Pode ser que o cliché tenha o efeito oposto e os novos jornalistas dêem provas das "competências altamente valiosas para o mercado"[José Vegar, grande José Vegar ], e da garra que têm. Competências e garra. [Disciplina, rotina e bom conhecimento do mercado editorial]

Pode ser que o "à rasca" - termo feio e vergonhoso, se lhe retirarmos a geração atrás deixando de ser um termo na moda./cliché - fronteira ténue - se torne numa coisa airosa e próspera. 

Pode: P3

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pequenino mas limpo por favor!

O que é que me fazia perder a abertura da feira do livro?
Isto, isto e isto.
Por curiosidade? Não, pelo ar que respiro e pelo chão que piso...mesmo.



Porque tudo bem que se estão a ir os anéis, ou já foram, mas que fiquem os dedos...e as Berlengas, a Costa Alentejana, e o Gerês ( que me aguarda impaciente), e o estado do ar que respiro neste momento em Lisboa, como vai, recomenda-se? E o ruído ambiente?
Que eu saiba como isto está por cá, porque praguejar e saber que só vai piorar em tantos outros aspectos, não me tem tirado o sono, ainda, mas não me tem deixado sonhar.
As questões ecológicas e a preservação do ambiente não são sonhos, nem modas, nem questões menores. Mas às vezes parecem não é? Onde é que elas estão nos alinhamentos formatados? É de estranhar, digo eu, e por oposição se entranhar uma atitude preocupada e consciente.

Vá-la que com a crise e em prol de se pouparem uns tostões se estão a tomar medidas que poupam gastos desnecessários de água, luz e consumíveis...caricato.

Agora se lá vou hoje à Gulbenkian às 18h e apanho só mais uma homenagem a nomes...
temos o caldo entornado e o retrato tirado...
Espero que não.
Porque apesar de tudo, em Portugal ainda espero que sim. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Os livros da feira

"As coisas da feira são as melhores", dizia o meu avô Necas que nunca chegou a ir comigo à Feira do Livro.

Ela existe desde 1930, eu desde 1983, e nós tivemos algumas oportunidades, nem sempre o tempo. Mesmo assim isso não foi nem de perto uma falha.

As feiras eram a vida dele, as de selos e antiguidades, de trás para a frente e mesmo ali ao lado, na Estufa Fria - que esta semana vai reabrir ao público.
Por isso e por tudo o que tem um avô com muitos netos e as pernas pesadas nunca fomos à Feira do Livro.
Nem de perto uma falha, fomos lá "ao longe". O Avô Necas levou-me lá quando falava das feiras com brilho de ouro nos olhos apesar de ter quase sempre as mãos cheias de pó ou secas e rasgadas pelo papel.

Também "fui" com o avô Necas pelas mãos da minha tia, filha dele, irmã do meu pai, que há anos que não fala ao irmão, e que há uns tempos perdeu a vida deixando-me a mim sem a minha tia. A Feira com ela era um ritual, esta e a do Avante. Granda Tia Pá!

Os livros são sempre bons, mas os da Feira do Livro sabem melhor! Sabem a quase tudo: o que se perdeu, encontrou, recuperou,  emprestou, nos autografaram, descobrimos sozinhos...

E sabem a família.
Não sei porquê sabendo bem porquê e achando que todos sabemos...

Prateleiras, casas, reminiscências, referências, companhias, colos, cavalitas, mãos dadas, ontem, hoje... 
Avós, tias, tios, mães e pais e filhos e sobrinhos

Todos à Feira do Livro no Parque Eduardo VII

Começa hoje, dia 28 de Abril.
Acaba...nunca! 
Como as histórias ;) 

De segunda a quinta do 12:30 às 23:00 
Sexta do 12:00 -  24:00
Sábado 11:00 -24 
Domingo 11:00- 23

Sexta 29, às 18h, há debate sobre a Poesia: Inventar Espaços para a Poesia. com a moderação de José Mário Silva (www.bibliotecariodebabel.com) e a participação de Rui Almeida (www.ruialme.blogspot.com), Catarina Barros(www.atrama.blogspot.com), Sandra Silva (editora e co-organizadora do Festival Silêncio!) e Paulo Tavares (poeta e editor da Artefacto e da revista 'Agio') 


...Tia, podemos ver os livros ao contrário? 

Como assim? 
A descer...

Não queres ver os outros lá de cima? 
Quero! Leva-me às cavalitas...

terça-feira, 22 de março de 2011

primavera em SeMente

A primavera a florescer e eu sem escrever. Também ainda ninguém me lê... mas isso é tanto razão para escrever como o céu precisar de lantejoulas em vez de estrelas só porque as ditas estão na moda.

Não sou de modas, sou de moods.

E o caos do país e do mundo, que a tantos dá pano para mangas e bandeiras,
a mim afectou-me e o post que tinha sobre a primavera ficou de molho e absorveu os seguintes.

Porque a primavera nem sempre é de flores,

porque não basta vê-las florir, há que as semear e cuidar.
E pensando menos nas pétalas e mais nas sementes…

Que primavera aí vem?

O que andámos nós a semear?


.Crise económica mais que anunciada
..Despedimentos colectivos em massa
...Recordes do número de desempregados
.....Cortes nos mais pobres

.......Conflitos políticos que ao fim ao cabo não são mais do que de egos e mudam as moscas…


Como é que se consegue pensar em borboletas numa altura destas?

Ou no pólen espalhado no ar pelas abelhas…

e no ciclo natural das coisas e na mãe natureza...

 

Se ainda está quente e não arrefece a crise nuclear no Japão
e o que há no ar é se não tóxico de mais para se fazer um esforço para perceber.

Se as tropas de Muammar Khadafi me parecem tão munidas quanto cegas…

 

A primavera...a primavera afinal é para os zangões

como as Águas de Portugal que registaram lucros recorde de 80 milhões de euros

e para a Edp que obteve lucros de 1.079 milhões de euros o não passado, mais 5% que o ano anterior. 

Fosse eu a prima vera do Mexia.
Mas não sou.


Por isso e para equilibrar o ecossistema comprei bolbos de frésias para plantar na minha janela.
Porque nunca é tarde. E entre geadas abruptas, chuvas de Abril e filas no centro de (des)emprego… a minha primavera semeia-se para ver florir! 

terça-feira, 15 de março de 2011

All you need is...sun and gas!

Tudo o que o mundo não precisava era da crise nuclear do Japão.
Tão pouco as pessoasas criançaso oceano ....

Ontem à noite jantava e perdia o apetite à medida que ouvia Sócrates esquivo à importância da situação do país.

Mas quando cruzamos os talheres e satisfazemos o apetite há mais loiça suja do que a da nossa cozinha. Muita mais. E há mais alternativas. E não é de hoje, até porque amanhã está mesmo aí.

Não há piqueniques de graça!