quinta-feira, 10 de março de 2011

Pescada e tostas

Dizia eu para a galinha que punha o ovo,
que pensei fazer de novo um blogue e/ou não o fazer.
talvez um só de imagens, mas para mim nunca valem mais de mil palavras porque sou de milhares delas quando puxam por mim.
Ou um só de Tumblr, o meu último vício para adormecer quando as pestanas teimam em colar ao contrário.
Fazer um só dos meus trabalhos jornalísticos mas os que faço já são freelancer palavra que aprendi recentemente ter duplo sentido: é de facto trabalho livre de horários ou contracto empresarial assim como livre de pagamento. A curiosidade que sempre foi livre agora é livre a dobrar e se és curioso e gostas de escrever, então escreve à vontade, envia, mas nós agora não temos à vontade para pagar.

Acabo sempre pescada de rabo na boca(sem puré), por voltar à base e escrever na própria pessoa, no meu pronome pessoal, as minhas escolhas, críticas, opiniões e devaneios. Por que não, grande parte dos títulos e descrições dos blogues de ontem e hoje contêm “devaneios, desabafos, confidências”.
Eu também as tenho e volto no fim ao início: à minha partilha das minhas coisas.

Partilhar é inerente ao ser humano, não é?
Os meus primos mais velhos fizeram-no comigo quando eu era criança, mesmo quando insistiram em não o fazer com as “suas coisas materiais”, mas as suas coisas da vida entravam pela porta da minha avó adentro.
Foi assim que conheci o surf, os charros, as tostas mistas de três andares depois dos ditos, os beijos na boca e as mãos por baixo da roupa, a boa música, as drogas leves, as drogas pesadas, o yoga, o sexo prematuro, o sexo barulhento, os bebés fora de horas que originou os meus primos em segundo grau quando os meus primos ainda descobriam o que era o primeiro grau.
Partilhar é bom e é melhor começar pondo a culpa nos primos mais velhos e deixar a minha partilha para depois.
A seguir.

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